sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pina Bausch's Tanztheater Wuppertal, Playhouse, Edinburgh

Playful, lyrical imagery: 'Agua' (Photo by ULLI WEISS)



By Zoë Anderson

Friday, 3 September 2010

The choreographer Pina Bausch made her name with darker works, taking a confessional look at frantic needs. Later in life, she lightened up. In Agua, her 2001 celebration of Brazil, Bausch luxuriates in images of palm trees, twinkling fairy lights, days and nights at the beach. Her characters still have issues, but they're having a much better time.

Her company dance to Brazilian music, with pop songs and crooning. The women wear flowing evening dress, with flowered gauzy fabrics or billowing satin. Behind them, Peter Pabst's huge white screen shows footage of trees in the wind, of a rainforest, of celebrations and swimming. When the screen lifts, it reveals a lurking stage jungle, a wild tangle of artificial leaves.

The women dominate Agua. Charismatic, bossy and sometimes neurotic, they're as bright as their extravagant dresses. The neutrally dressed men are much more anonymous.

There's some padding, particularly in the mooching solo dances, but Agua lifts whenever the characters start interacting with each other, or chatting to the audience.

Bausch, the biggest dance name at this year's Edinburgh International Festival, died last year. Her company's performances are vividly true to the style she created. They're driven, sometimes needy, unnervingly frank. Bausch sends them through playful, lyrical imagery.

In the last scene, the dancers splash each other with water bottles, getting wetter and wetter as they rig up hosepipes. An adult figure sternly tells them off, ordering them offstage in angry gestures. The minute he turns away, they scamper back to do it again, gleeful and giggly. Hypnotically, the screen behind them shows the torrent of a huge waterfall. As the dancers splash, a golden pattern starts to shimmer on screen. It's reflected light from the onstage water, dappled by the shadows of dancing feet.


FONTE: http://www.independent.co.uk/arts-entertainment/theatre-dance/reviews/pina-bauschs-tanztheater-wuppertal-playhouse-edinburgh-2069080.html?action=Popup

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Para se aprofundar

Aqui segue indicada uma bibliografia sobre Pina e seu legado, para aqueles que queiram conhecer mais intimamente o trabalho desta grande artista.
Por acaso, alguns estão disponíveis para consultas parciais no Google Livros ;)


PINA BAUSCH, de Fabio Cypriano, com introdução de Robert Wilson, pela editora Cosac Naify

Este é o primeiro livro brasileiro que acompanha toda a trajetória de uma das mais importantes e influentes coreógrafas do século XX, criadora da linguagem chamada "teatro-dança". O ensaio reconstrói o percurso e o processo de trabalho da companhia de Pina Bausch, o Tanztheater Wuppertal, na Alemanha, desde os primórdios nos anos 1970 até a criação da peça brasileira, Água, de 2001. Fabio Cypriano destaca o método de pesquisa da artista, sobre as subjetividades de seus bailarinos, e aborda o esgarçamento das fronteiras geográficas de seu trabalho, "a partir da utilização de elementos de culturas diversas, numa verdadeira ambição de criar com sua dança-teatro uma linguagem universal". Daí a origem das peças inspiradas e produzidas em diversas cidades do mundo, como Viktor (Roma, 1986), Nefés (Istambul, 2003), Ten chi (Saitama, Japão, 2004) Rough cut (Seul, Coreia, 2005), entre outras. Tendo acompanhado o processo criativo dos bailarinos e da coreógrafa no Brasil, o autor conclui que "a relação entre o erudito e o popular é a base da forma de observação de Bausch, uma artista interessada na gente das ruas, nas manifestações com raízes populares". As fotografias inéditas do belga Maarten Vanden Abeele acompanham também este segundo bloco do livro dedicado exclusivamente à peça brasileira.


PINA BAUSCH E O WUPPERTAL DANÇA-TEATRO, de Ciane Fernandes

Durante todo o livro, a autora torna-se uma mediadora, integrando dança e teoria, movimento e palavras, estética e análise. Apesar de sua articulação altamente técnica, Ciane Fernandes mantém sua sensibilidade, respeito, honestidade e humildade com relação ao mundo do movimento e das imagens. A descrição/análise de cenas de diferentes obras de Pina Bausch, assim como a completa análise de um de seus maiores trabalhos, concedem também ao leitor (que talvez não tenha visto uma peça da coreógrafa) muitas possibilidades de experienciar a variedade artística do Wuppertal Dança-Teatro, em aspectos simultaneamente estéticos, cognitivos e sociais. Apresentação por Rose Lee Goldberg e prefácio de Susanne Schlicher.

Coffee with Pina, um filme de Lee Yanor

Nem há muito o que comentar. Um curta simples e belo retratando Pina, em Paris, em 2002.

Obras em vídeo

No site oficial para informações sobre os trabalhos de Pina Bausch, que se encontra relacionado do lado direito deste blog (->) pode-se encontrar uma relação com todas as obras de 1973 a 2009, ano de sua morte, muitos com fotos e créditos, além de informações sobre as turnês.
E no YouTube podemos encontrar vários vídeos com trechos - ou até espetáculos inteiros. Como os que seguem:


Café Müller, 1978


A Sagração da Primavera, 1975


Barba Azul (trecho 6, de 12), 1977


Nelken, 1982


Nur Du (Only You), 1996


Sweet Mambo, 2008


Bamboo Blues, 2007



A Queixa do Imperador (Die Klage der Kaiserin) - 1ª parte do filme de Pina Bausch que está inteiro disponível, porém em alemão, sem legendas.


Vollmond (Lua Cheia), 2006

Wim Wenders acabará o filme em 3D iniciado com Pina Bausch

21/07/09 - 12h15 - Atualizado em 21/07/09 - 15h03

Cineasta e dançarina se dedicaram seis meses ao projeto.
Ela morreu em 30 de junho, em decorrência de um câncer.

(Da France Presse)


Volker Hartmann/AFP
Pina Bausch (Foto: Volker Hartmann/AFP)

O diretor alemão Wim Wenders informou que planeja concluir o filme de dança em 3D que estava preparando junto à lendária coreógrafa Pina Bausch, falecida em 30 de junho.
Wenders e Bausch dedicaram seis meses de trabalho no filme que já tinha iniciado sua pré-produção, informou a produtora Neue Road Movies.
"A repentina morte de Pina Bausch paralisou os planos. Mas o trabalho de sua companhia prossegue e, nos próximos anos, continuaremos apresentando os espetáculos de dança de Pina Bausch", indica um comunicado da companhia de balé da coreógrafa.
O filme, que se chamará "Pina", será uma homenagem à famosa artista, que faleceu 30 de junho aos 68 anos.

fonte: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL1237304-7084,00-WIM+WENDERS+ACABARA+O+FILME+EM+D+INICIADO+COM+PINA+BAUSCH.html (consultado em 12/08/2010, às 16:17)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Quem foi Pina Bausch?


Pina Bausch nasceu em 27 de julho de 1940 na cidade de Solingen, Alemanha. Em 1958, ela se formou na escola Folkwang, em Essen, também na Alemanha. Depois ela continuou aprendendo dança nos EUA, onde passou três anos e estudou na Juilliard School of Music, em Nova York, de 1959 a 1962.

O trabalho da bailarina, que estreou como coreógrafa em 1968, caracteriza-se por uma junção de teatro e dança moderna, que refletia sentimentos humanos como a tristeza e o amor.

Entre as suas produções mais conhecidas estão "Komm tanz mit mir" ("Vem, Dança Comigo", 1977), "Café Müller" (1978), "Keuschheitlegende" ("Lenda de Castidade", 1979) e "Viktor" (1986).

Parte dos trabalhos da companhia Tanztheather Wuppertal de Bausch tomou por referência países por onde passou desde a década de 1980. A coreografia "Rough Cut" é dedicada à Coreia do Sul, por exemplo, e "Água", de 2001, é fruto da passagem da coreógrafa pelo Brasil.
Em 2007 ela ganhou o Prêmio Kyoto, importante prêmio de dança, em homenagem ao seu trabalho, rompendo a fronteira entre dança e teatro e estabelecendo um novo parâmetro da arte teatral. No mesmo ano, o Festival de Dança da Bienal de Veneza premiou a bailarina com o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra.

O trabalho de Bausch pode ser visto também no filme "Fale com Ela" (2002), de Pedro Almodóvar, que apresenta as coreografias "Masurca Fogo" e "Café Müller". Veja trecho da cena.

Desde setembro de 2008, o trabalho da bailarina e coreógrafa era objeto de uma biografia cinematográfica conduzida pelo diretor alemão Win Wenders.

A companhia de Pina Bausch realizou turnê por São Paulo, no Teatro Alfa, em setembro de 2009, com apresentações de "Café Müller", peça de 1978, e sua versão para "A Sagração da Primavera", de 1975, com música de Igor Stravinsky.

Bausch faleceu aos 68 anos na manhã de 30 de junho de 2009 no hospital de Wuppertal, Alemanha. Teve uma morte repentina e rápida, cinco dias depois de ter um câncer diagnosticado.

Produções

* "Komm tanz mit mir" ("Vem, Dança Comigo", 1977);
* "Keuschheitlegende" ("Lenda de Castidade", 1979);
* "Viktor" (1986), ou "Café Muller";
* "Rough Cut" (dedicada à Coréia do Sul)[3];
* "Água" (2001, é fruto da passagem da coreógrafa pelo Brasil).

Cronologia

* 1940 – Nasceu em Solingen, Alemanha. Seus pais, August e Anita Bausch, tinham um hotel-restaurante em Solingen;
* 1955 – Com 15 anos inicia estudos de dança na Folkwang School em Essen, com o diretor e coreógrafo Kurt Jooss;
* 1958 – Forma-se em Dança e Pedagogia da dança em Folkwang;
* 1959 – 62 – Vai para Nova Iorque dançar na Juilliard School e na Metropolitan Opera House;
* 1962 – Volta para Alemanha, dançar no recém-fundado balé da Folkwang, de Kurt Jooss;
* 1973 – Baush tem 33 anos e é contratada para dirigir o Wuppertaler Tanztheater, mais tarde mudado para Tanztheater Wuppertal Pina Bausch;
* 1976 – Rompe com formas tradicionais da dança-teatro, utilizando-se de ações paralelas, contraposições estéticas, repetições propositais e uma linguagem corporal incomum para a época;
* 2009 - Falecimento. Morreu cinco dias após ter-lhe sido diagnosticado um câncer.



Cena do filme Fale Com Ela, de Pedro Almodóvar, com Pina executando trecho de Café Müller

O processo criativo de Pina Bausch

Em seus trabalhos, que são uma junção original de teatro e dança, individualidade e universialidade dialogam. Havendo sempre uma valorização do elemento humano. Esta valorização se constata pela participação ativa de seus atores-bailarinos dentro do processo de criação, no qual não contribuem apenas como intépretes, mas principalmente como sujeitos, possuidores de corpos psicológicos , afetivos, técnicos e culturais; corpos que contam histórias, que possuem expêriencias, que não devem ser desprezadas.

Partindo do princípio de que cada um destes bailarinos tem sua própria voz, o que dizer que cada um tem sua própria verdade, Pina Bausch adentra o mundo subjetivo de cada um deles buscando riscos, divagações, emoções, memórias, sonhos e medos. Através de verdadeiros bombardeios de perguntas, ela os instiga a darem respostas verbais, gestuais e corporais a tais situações. Desta forma, ela evoca sensações, articula sentimentos, faz e desfaz uma trama agressões, carícias, revoltas, ternura, desejos, alegrias, dores e complexos. As perguntas que lança, muitas vezes são difíceis de responder, por exemplo, "Faça alguma coisa que te deixe envergonhado", "Mova a parte favorita do seu corpo", "Como você se comporta quando perde alguma coisa?", "Escreva seu nome com um movimento", dentre outras.

Seus trabalhos misturam diálogos, canto, circo, ginástica, brilhantes impactos visuais de figurino, cenografia e iluminação. A universalidade de suas obras vem da sua maior fonte de inspiração, que são as relações e os sentimentos humanos. Os assuntos de seu interesse são a vida cotidiana, as pessoas nas ruas, com seus respectivos comportamentos; seus medos, solidão, amores, tristezas, saudades. De certa forma, o que Bausch retrata é sempre um pouco da alma humana e da batalha dos sexos.

Para criar, Bausch parte sempre de um estudo, através da inserção dentro dos ambientes, da observação, do envolvimento com as pessoas, com as situações, num período de conhecimento e coleta de informações, ao qual ela denomina de pesquisa de campo. Neste processo, tanto a coreógrafa como os seus intérpretes, têm grande liberdade para agir e reagir como sentirem que seja mais adequado, e desta maneira surgem as mais variadas situações, que são levadas em cena.

Bausch trabalha sobre a concepção de que a criação surge a partir de pensamentos, uso de textos, repetições de células coreográficas, tudo em conexão com a vida pessoal de seus bailarinos. Não parece ser proposta dela, que sua forma de coreografar seja codificada, preferindo sempre deixar espaço para certa subjetividade na sua forma de compor a dança.

A criação é realizada como um quebra-cabeças. Após o período de pesquisa de campo, os bailarinos respondem à uma série de perguntas sobre aquilo que viram, e a partir daí, muitos gestos e movimentações surgem. Bausch os instigam a pensarem e encontrarem formas diferentes de se expressarem, incentivando a criatividade e a imaginação. Simultaneamente, ela faz anotações e registra todo o processo com uma câmera de vídeo.

Outra característica marcante dentro do processo criativo de Bausch, é a repetição das ações, como um meio de criar no intérprete e consequentimente na platéia, sentimentos, significados e experiências diversificadas. Esta repetição aparece, segundo Bausch, como um instrumento criativo por meio do qual os bailarinos reconstroem suas próprias histórias como corpos dançantes. Inicialmente, esta repetição aparece como uma maneira de reconstruir as experiências passadas dos bailarinos e esse processo não está baseado na expressão de um sentimento real, presente, mas na tradução simbólica de sentimentos passados, que por meio da extensiva repetição são moldadas em uma forma estética.

Bausch orienta a sua criação, pelo aproveitamento da experiência corporal e afetiva de seus bailarinos. Suas obras originam-se a partir da formulação de questões formais ou pessoais aos mesmo, da observação, do uso da imaginação e do convívio com a realidade inspiradora; fatores que somados, contribuem para dar um caráter genuíno em seus espetáculos.

O diferencial de seu trabalho está no fato de que ela valoriza o elemento humano como o alvo principal da criação. Sua pesquisa privilegia os corpos, suas vivências físicas e emocionais e não um texto dramático, como no teatro, ou um libreto, como no ballet clássico.

Texto: Evelyn Tosta
Bacharel e Licenciada pela Universidade Federal de Viçosa.